segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Com Tolkien, para Beren


Nos encontramos na Terra-Média. Ele levava seu cachimbo e eu escondia alguns Dragões e Balrogs no fundo da bolsa. Falava enrolado, como alguém que tem muito a dizer mas que não consegue expressar. No entanto, em meio a ironias sutis, quase divertidas, sua expressão era mais severa que a de um pastor presbiteriano calvinista predestinado a salvação.

Discutimos a magnitude do brilho das Silmarills e invocamos alguns Ents para uma companhia tranquila. Vimos Mithrandir provocar alguns Hobbits e caminhamos a esmo pelas florestas encantadas parando apenas para discutir a natureza de todos os desentendimentos entre elfos e anões. E depois de muito debate, concluimos que o mundo foi realmente tecido por uma melodia quase inaudível.

Por fim, perguntei sobre Lúthien; e o silêncio agressivo dos seus olhos me sugou para seu próprio abismo. O homem animado e quase infantil, tornara-se sorumbático. E como num filme, conforme contava a sua história pude ver a minha própria entrelaçando-se a dos nossos personagens favoritos. Eram três estórias de amor. Uma marcada pela separação oriunda da Guerra, outra pela morte, e a minha pelas coincidências. E hoje eu compreendo. Não passam de boas estórias, dessas que rendem poesias, cartas, fotos e algumas lágrimas.

Um comentário:

  1. Me peguei sendo voyeur (não sei como se escreve, rs) de um sonho seu, rs. Amei o texto, amiga!

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