quarta-feira, 26 de maio de 2010

Sombra



Encontro-te onde não te procuro
nas pequenas coisas e nas gigantes
és o meu superego, meu amante
meu vasto céu noturno, brilhante e escuro.

Perco-te onde não te deixo
nas ruas vazias, na praça lotada
quase esqueço de mim, cansada
e por pouco não lamento o desleixo.

Escuto-te quando te calas
sua voz permanece em minha mente
dizendo-me que quando ausente
através de mim a todos, tu falas.

Vejo-te onde não estás
sua sombra segue incessante
Ah! Meu cavaleiro errante
certeiro em seu delirio audaz.

Faças de mim tua amazona
por tempo indeterminado
ainda que eu não seja capaz.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Repressão



Reviro-me a sua procura
e nada encontro
o vazio se propaga
cada vez que me afasto
e eu não posso beijá-lo.

Não poder dar-lhe as mãos
ou tê-lo exclusivamente
perto demais
fere-me
e eu não posso abraçá-lo.

Enquanto eu souber
que você existe
longe demais
vou querer estar ao seu lado
e eu não posso encontrá-lo.

Mas o pior é que
não mudaremos
será sempre
meu sonho apaixonado
e eu não posso desamá-lo.