quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Inocência


Seus olhos desvelam o meu ser
Como se me perguntassem a todo tempo
Como fui capaz de merecer
Tamanho ardor de sentimento.

Desejei dominá-lo, amá-lo, encontrá-lo,
Fiz-me protetora, paciente e voluntariosa
Preferi não ser eu mesma, para não assustá-lo
E pequei muitas vezes, fingindo ser audaciosa.

Sou uma criança, uns dez anos mais nova
Ainda que não pareça, ainda que eu tema
Sinto que posso ser aquela solitária rosa
Do asteróide B-612 e inventei você, desde pequena.

Meu talismã, minha estrela, meu universo
Meu dia, meu mar, meu sol, minha sorte
Meu anjo, minha inspiração, meu verso
Meu sonho, minha realidade, meu norte.

E antes que eu me deite e a noite desapareça
E que o dia o leve de mim, deixando tristeza
Lembre-se de mim, ainda que eu não mereça.
A saudade dói, embora eu finja que esqueça.

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